Estando em Recife, no fim dos anos 90, enquanto atravessava uma humilde e violenta comunidade, ouvi vindo do interior da favela, um canto incomum e distinto. Eu, um vagueante solitário, distante das pessoas que amava, não pude deixar de me emocionar. Sim, era Piri Piri de Paulo Diniz e Odibar Moreira. Cana de canavial, dá licença de chegar / Eu vim de Piri Piri, eu vim de Piri Piri. prossegui cantando por entre os casebres. A força que nos liga à terra natal rompe fronteiras e é nesse galope que Açucena morena coração e aboio no poema se apresenta. É um canto poético e telúrico de quem teve que vaguear por outros ares sem se esquecer de onde veio, de suas origens, de sua gente, de seu passado. Ean: 9786554122986