Este livro analisa a Educação do Campo como um fenômeno social e educacional, produzido na materialidade dos Movimentos Sociais Populares. Diversas passagens analisadas nesta obra mostram a negação do projeto de Educação Rural pelos sujeitos de direito na Educação do Campo, expressa nas preposições para, no e/ou do campo, que ligam o sentido geral de educação ao sentido específico de rural ou campo. Qual é a lógica que perpassa a Educação do Campo ao diferenciar-se por estas formas de expressão? Uma lógica que produz a própria Educação do Campo no movimento de lançar-se na disputa pela Escola Pública do Campo, não apenas como uma proposta de escola, mas como luta social que alcança a escola, por compreendê-la como parte do projeto histórico-político que enraíza a Educação do Campo. As movimentações deste fazer-se, nos limites das lutas sociais e das disputas de espaços do Estado, pela regularidade com que se materializam, constituem descentramentos em relação à escola pelo projeto formativo-educativo que concretizam. A legitimidade deste projeto está em ter sido experimentado como prática social, antes de ser reivindicado como política pública.