Que surpresa uma janela pode revelar? Uma menina? Um anjo? Não importa. Quando os filhos não fazem mais companhia, os óculos não servem mais e a solidão passa a ser uma realidade, basta existir alguém para ouvir, mesmo que seja uma criança desconhecida, vista de relance, entre a correria da cidade.
O jornalista Leo Cunha conta, em seu novo infantil A MENINA DA VARANDA, uma história delicada, com vários ângulos e poucas certezas. Uma metáfora sensível sobre o tempo que passa, o tempo que falta e o tempo que nos resta.
Com uma linguagem extremamente lírica, o autor expõe, em A MENINA DA VARANDA, a solidão da velhice e uma forma pouco mostrada de abandono: a dos pais, após anos de dedicação aos filhos. Leo Cunha apresenta o leitor a uma pianista aposentada que encontra um novo significado para a sua vida, ao estabelecer uma ligação virtual com uma menina desconhecida, moradora de um prédio em frente ao seu. Lá em cima, no décimo andar, a velha pianista só enxerga prédios e mais prédios da cidade imensa, e pra piorar, o inverno está chegando. Mas tudo pode mudar quando a pianista descobre uma novidade no prédio em frente: a menina da varanda. A partir de agora, a pianista vê em A MENINA DA VARANDA um alguém com quem conversar, contar suas histórias e desfiar suas lembranças. Uma pessoa para lhe fazer companhia enquanto seu próprio filho vive ocupado e mal acha tempo pra uma visita, um abraço.