A transformação digital tem impactado de forma crescente o universo jurídico e patrimonial, e um dos campos mais promissores para a aplicação da inteligência artificial (IA) está na gestão de holdings familiares e nos processos de inventário e partilha. Esses dois temas, diretamente ligados ao planejamento sucessório e à organização do patrimônio de famílias empresárias, tradicionalmente envolvem complexidade jurídica, emocional e operacional. A introdução da IA nesse cenário representa uma revolução silenciosa, mas extremamente significativa. Uma holding familiar é uma estrutura jurídica usada para concentrar e proteger o patrimônio de uma família. Ela permite uma gestão mais eficiente de bens, facilita o planejamento sucessório e pode gerar economia tributária. Já o inventário e a partilha tratam da identificação e distribuição de bens após o falecimento de um ente querido. Ambos os processos, embora distintos, envolvem uma série de documentos, informações fiscais, decisões jurídicas e muitas vezes longas negociações familiares. A inteligência artificial se insere como uma ferramenta que pode automatizar tarefas repetitivas, analisar grandes volumes de informações e oferecer sugestões estratégicas baseadas em dados. No contexto da holding familiar, a IA pode contribuir para a análise de contratos sociais, mapeamento de estruturas societárias e identificação de riscos jurídicos ou fiscais. Também pode atuar no apoio à governança familiar, oferecendo relatórios e simulações que auxiliam na tomada de decisões sobre distribuição de lucros, reestruturações societárias ou planejamento de sucessão. No inventário e partilha, a IA oferece ainda mais possibilidades. Por meio da leitura automatizada de documentos, como certidões, registros imobiliários e testamentos, é possível organizar e classificar os bens do espólio de forma rápida e precisa. A IA pode também gerar minutas jurídicas padronizadas, alertar sobre prazos processuais e sugerir diferentes formas de partilha Marca: Não Informado