*** A cara do bolsonarismo com B minúsculo procura dar contornos ao movimento liderado pelo atual Presidente do Brasil, o Jair. Um Frankenstein improvisado, ora com tintes religiosos e militares ora com ares terroristas, esse ismo, subestimado em sua gênese lá pelos idos de 2016/ 17 -, surge dos resquícios do feudalismo medieval ainda presentes nas ex-colônias, especificamente no Brasil, costurado a um judiciário partidarizado, sobretudo às togas dos magistrados da Lava-Jato de Curitiba, suturados à criminalização da política, mormente do Partido dos Trabalhadores-PT e toda a consequência disso o ódio a este e às campanhas incessantes com denúncias explodindo pelos telejornais da Rede Globo em forma de dólares em tubos de petróleo por trás do apresentador William Bonner, e pelos canais de mídias sociais sem lei em forma das mais estapafúrdias fake news . Voilà! A criatura está montada e já cambaleante. O livro com a apresentação panorâmica de alguns desses aspectos é resultado de publicações feitas em revistas de divulgação científica nacionais e internacionais, desde a Espanha, Nicarágua, Chile, México etc., em forma de artigos selecionados. Contém reflexões históricas, sociológicas, literárias, psicológicas e semióticas, ademais de análise do discurso, a fim de tentar auxiliar no trabalho que a intelligentsia brasileira tem tido atrelado ao espanto, com a ascensão do bolsonarismo, de responder como nós chegamos até aqui? . *** Longe de querer fazer-se uma análise aprofundada do que seja o bolsonarismo, em sua complexidade de manifestação e adesão praticamente fanatizada de seus integrantes/ apoiadores, a cara do bolsonarismo dá-lhe apenas o que propõe: um rosto esfumado, ainda ávido por outros artistas que lhe pintem sua compleição mais recôndita. O movimento liderado pelo Jair se trata de um deboche (carnavalização): é uma caricatura de si mesmo, pois revela mais de si ao acusar que do outro acusado; é um histerismo vão, vazio: inventam problemas e inimigos perigosos e iminentes, e os combatem com veemência desnecessária, um velho Quixote precipitando-se contra o gigante que, na realidade, era um moinho. ***